30 de mar. de 2016

Provas da Evolução Que Você pode Encontrar no Seu Corpo

Biologia-Vida | Image:  Rosalyn Schanzer.
Vamos começar matando a dúvida crucial: se evoluímos do macaco, como ainda existem macacos hoje em dia? Por que eles não evoluíram todos para ser humano?
Um coisa básica que você precisa entender sobre biologia: O HOMEM NÃO EVOLUIU DO MACACO, TEMOS UM ANCESTRAL EM COMUM.
A evolução não acontece em linha reta, uma espécie não vira outra; os indivíduos vão se reproduzindo e mutações genéticas vão acontecendo ao longo do tempo; barreiras físicas (como montanhas ou rios) separam os indivíduos que, estando em nichos diferentes, possuem necessidades diferentes e acabam sofrendo paralelamente pressão da seleção natural. Ou seja, o macaco não é o seu avô que virou você, o macaco é o seu primo que vive em um mesmo tempo que você e que têm um avô (ancestral) em comum com você. Vocês são ligados por uma base comum, mas como as necessidades eram diferentes e os hábitos foram diferentes, o macaco e o homem seguiram caminhos evolutivos diferentes.

Imagem em tamanho grande aqui (vale a pena!). Imagem: Leonard Eisenberg
Esclarecida essa questão, bora para as características que tornam o seu corpo um museu ambulante: órgãos vestigiais que existem no seu corpo e que não têm finalidade para você hoje mas que foram muito úteis para um antepassado. Elas continuam no seu corpo porque elas não fazem diferença no seu dia a dia, nem bem nem mal, logo não há ação da seleção natural e ter ou não essas características nem favorecem ou atrapalham os indivíduos.


1) Apoie seu pulso virado para cima sobre a mesa  e encoste o dedão no dedo mindinho. O tendão que você vê se destacando no antebraço se conecta ao músculo palmar longo e cerca de 15% das pessoas não o possuem em um ou em ambos os braços, o que não torna o agarrão dessas pessoas mais fraco; em algumas cirurgias cosméticas esse é um dos primeiros tendões removidos para reconstruirem outra parte do corpo (ou seja, ele não faz falta). Você encontra o músculo palmar em vários mamíferos, embora ele esteja mais desenvolvido e sendo utilizado constantemente em primatas que usam os membros posteriores (braços) para locomoção nas árvores. 
O comprimento desse músculo varia de acordo com a espécie de primata, desde os que se locomovem pelos galhos e precisam de uma sustentação nos braços (como lêmures), até a forma vestigial (sem função e reduzido) nos seres humanos (já que não dependemos dos braços para nos locomover, "graças a Darwin").

2) Outros músculos vestigiais que são utilizados por outras espécies ainda existentes (cachorros, gatos, urso, etc) que herdaram essa característica de um ancestral em comum conosco, mas que não têm utilidade para o ser humano (embora tenhamos herdado, pois a seleção natural não os eliminou por não fazerem diferença) são três músculos em torno de nossa orelha, chamados de músculos auricular anterior, superior e posterior. 
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 Embora o ser humano não consiga mexer muito esse músculos, outros animais os utilizam para mover as orelhas na direção da origem do som. Isso presumivelmente pode ser muito útil para mamíferos noturnos, estando alertas para predadores a espreita. Alguns estudos conectando eletrodos na orelha de um homem mostram a atividade do músculo tentando (e falhando, coitado) se mover na direção de sons feitos fora da visão do indivíduo. Ou seja: não precisamos desses músculos, mas eles ainda tentam cumprir sua função (hoje inútil para nós).

3) Outra ação que acontece em nosso corpo mas que não tem aplicação útil para nós você observa quando fica arrepiado: quando você fica com frio, músculos minúsculos ligados a cada pelo se contraem, fazendo o pelo ficar em pé e a pele em torno dele forma um calombo. Inútil para os seres humanos, mas para nossos parentes peludos, mamíferos como ursos e raposas, por exemplo, isso aumenta o espaço de isolamento térmico, mantendo-os aquecidos. Aliás, aves fazem isso também, você já deve ter percebido um pássaro ficando com as penas eriçadas no frio: evolução, sua linda!
A adrenalina é um dos hormônios responsáveis pelas respostas do corpo ao frio e por ser também liberada em momentos de estresse, portanto ela também ajuda na imagem do animal em combate: eriçando pelos ou penas, ele parece maior e mais assustador, e ás vezes ele ganha a briga só por isso, sem precisar gastar energia com briga física. Já viu um gato ou cachorro eriçando o pelo quando vê outro animal em seu território? Evolução, sua linda²!
Aliás, pode ser por isso (liberação de adrenalina) que nós temos arrepios na nuca ao escutarmos aquela música fantástica ou termos uma emoção forte.
4) Não podia faltar: nossa cauda. No fim da nossa coluna vertebral tem um conjunto de 3 a 5 vértebras fundidas, o famoso cóccix. Ele serve hoje (para os serem humanos) como um apoio para alguns músculos pélvicos, mas ele é o que restou da cauda de nossos ancestrais ( e que continua desenvolvida em diversas outras espécies PARENTES nossas). Na verdade, todos tivemos cauda em uma época da vida: no começo do desenvolvimento o embrião possui uma cauda como diversos outros embriões de mamífero, mas as células que a constituem estão programadas para morrerem após algumas semanas, embora em casos raros alguns bebês nascem com uma cauda vestigial (que pode ser removida cirurgicamente por questão estética).
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Aliás, um comportamento vestigial, que herdamos de um ancestral que se locomovia pelas árvores e tinha que, desde o primeiro momento de vida, conseguir se segurar nos pelos do corpo da mãe ou nos galhos para se manter em segurança nas alturas (como muito parentes primatas atuais) é o reflexo que recém nascidos têm de segurar em qualquer coisa que você oferecer (em geral, damos o dedo porque achamos bonitinho sem saber porquê ele segura), e ele tem esse reflexo tanto nas mãos quanto nos dedos do pé. Um estudo conduzido nos anos 30 (provavelmente seria antiético promovê-lo nos dias de hoje por motivos óbvios) tinham por finalidade comparar o desenvolvimento entre homem e mulher em dois gêmeos idênticos, e uma das filmagens mostra os dois bebês de apenas um mês de vida se segurando numa barra por um tempo surpreendente, e conseguindo sustentar todo seu corpo apenas pela mão.

E ai, ainda se sente o mais evoluído dos seres?

Fontes: MedWorks / Vox video / Anatomia Online / A study of Johnny and Jimmy/ Science Alert
Postado por Thalita Morais

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